2 de janeiro de 2011

Eu não gosto desse teu falso conformismo escondido nas derrotas. Não gosto desse teu rancor transformado em perdão, nem da tua alegria que esconde lágrimas. Não suporto a tua ironia por trás das palavras, e dessa tua falsa animação. Não suporto o teu desdém, as tuas olheiras, teus colapsos nervosos, teu cabelo desarrumado, tuas mentiras óbvias de quem não é acostumado a mentir, teu sorriso vezes amargo vezes protetor, tuas crises de choro, nem ao menos as de riso, porque não agüento sentir minha própria falta nos teus dias, mas agüento menos ainda o teu desamor quando torno-me presente. Não concordo com as tuas teorias, e discordo totalmente da tua opinião. E se eu não suporto nem ao menos te ver na rua, gosto muito menos quando me pego te desenhando, simplesmente porque não me acostumo com esse teu jeito tão desajeitadamente cômodo-sem-ambições que se tornou coerente a tudo. Simplesmente porque de tão errado que é, até se parece comigo.